ESCREVER SEM PENSAR NO QUÊ





Procuro respostas inacabadas a questionamentos internos que se amontoam em meio a um turbilhão infinito de emoções constantes, cortantes e apaixonantes.



domingo, 3 de fevereiro de 2008

A caminho


Incomodo. Inquietação. Um ponto de interrogação. A obrigação do ganha-pão me persegue como um cachorro sem dono. A fuga imaginária que me alimenta para mais uma soma de palavras impostas, surge como um bálsamo de dúvidas, de perguntas, de questionamentos. Mais pontos de interrogação.

Confio demais na realização, mas o desgaste rotineiro me sufoca a todo instante. Não há motivos para perder o fôlego. Não há razão para a falta de ar. Levanto a cabeça para respirar e com o pulmão recheado de energia, reúno mais letras frias. E sigo em frente certa de que a estrada tortuosa não me levará ao fim absoluto da alegria contida que é o encontro com o meu eu.

Mais difícil do que a identificação, é a aceitação. Por isso, creio que deveriam vender no supermercado potinhos de ‘who cares’ de 500 ml. Quando é que os seres humanos saberão viver repletos de sinceridades com seu verdadeiro ser humano interno?

A mentira repetida no espelho, rebate no reflexo da luz e volta com uma força que derruba. Não quero cair. Permaneço com as pernas bambas, sem encontrar a estrada que me leve para aquele recomeço pleno. Mas será mesmo necessário ou ando escondendo-me atrás daquela palavra horripilante que não faz parte do meu dicionário?

Há algo que me puxa, que me agarra, que me enlaça brutalmente e me tranca nessa verdade mentirosa que insisto em acreditar. Em busca pela liberdade, sinto-me nua... e com frio, muito frio.

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